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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Escritor: o manipulador de emoções #1

Olá, meus queridos prodígios! Como andam as leituras?
Enfim, esses dias estava pensando em como é incrível ser escritora - como é incrível ter o poder de criar emoções - e a ideia desse post apareceu na minha mente.
Responda-me, jovem escritor: você sabe "brincar" com os sentimentos dos seus leitores?
Essa pergunta é uma das perguntas mais fundamentais para que seu livro seja considerado "impossível" de largar. Pensando nisso, decidi criar uma série de posts dando dicas sobre como "manipular" as emoções dos leitores. Vamos lá?

1 - Emocionar


Em primeiro lugar, não é fácil saber qual é sua audiência, certo? Quer dizer, seu público-alvo é o infanto-juvenil, por exemplo, mas a personalidade de cada um pode variar monstruosamente. Há aqueles leitores que não derramam uma lágrima sequer ao ler uma cena triste; há outros, no entanto, que choram litros e litros em cada momento de apertar o coração (eu faço parte desse último grupo hehe).
Então, como criar situações em que as emoções de seus leitores aflorem, mesmo eles tentando ao máximo mandá-las embora?

Bom, uma das emoções mais fortes e que será tratada nesse primeiríssimo post é o choro. Não há nada mais intenso do que chorar. E por que isso normalmente acontece? No meu caso, prodígios, acontece porque eu sempre me coloco no lugar dos personagens. SEMPRE. Aquela coisinha chamada empatia, sabem? Não importa se é homem, mulher, jovem, adulto, criança... Eu sempre penso: "E se fosse eu no lugar dele(a)?" e então as emoções chegam como uma avalanche.
Como disse antes, não são todos os leitores que choram ou se emocionam com a leitura de um livro, mas o importante mesmo é saber criar uma situação intensa que abra as portas para uma onda de emoção incontrolável. Pode parecer horrível, mas uma sensação dessas demora a sair, e o leitor ficará pensando e pensando e pensando... E no fim, sem dúvida, dirá: "poxa, que livro maravilhoso!", exatamente pelo modo que você prendeu sua atenção e o fez se sentir diferente.

Melhor parar de enrolar e ir direto ao ponto, certo? Como criar esses sentimentos! Então me respondam apenas essa pergunta: com o que você se importa mais em todo o mundo?

Pensou? Ainda não? Pense mais um pouquinho...
...

Pronto! O que é? Bom, no meu caso é minha família. Quando há algo relacionado à família meu coração derrete e não demora muito para eu me colocar no lugar do personagem desafortunado e pensar: "O que eu faria se isso acontecesse comigo?!?". 
Não posso dizer com convicção, mas acredito que muitos leitores se emocionem quando o assunto é família. Outras possíveis e palpáveis situações estão relacionadas a amizade, amor (namorado/namorada, por exemplo) e animais (sejam eles de estimação ou não).

A questão agora, prodígios, é pensar: qual desses tópicos se encaixam na sua história? Como eu já devo ter comentado por aqui, Lara Müller, a personagem principal de Instituição para Jovens Prodígios, tem uma relação muito forte com sua família. Na saga eu trabalho muito essa questão e acreditem: choro é que não falta.
Entendam: não é querer ser má com seus leitores, mas fazê-los se aprofundar na leitura. Ninguém gosta de um texto monótono, onde os personagens não tem emoção ou simplesmente não se importam com nada né?!

Querem um exemplo de última hora? Vamos imaginar uma história romântica então!
Gabriela (inventei agora) é uma adolescente com problemas na família que se sente sozinha e ignorada pelos colegas de escola. Em um belo dia, um rapaz conversa com ela e Gabriela se sente atraída por ele, mas não é retribuída a princípio. Aos poucos ela se apaixona perdidamente, mas ele não quer nada.
[depois de muitos capítulos, choros, angústias e problemas....]
Eles ficam juntos, finalmente! É romântico, maravilhoso e Paulo (inventei agora também) está completamente apaixonado por ela - sim, Paulo, o rapaz que ela entregou seu coração e alma!
Tudo certo ok? Nope!
[reviravolta]
Paulo descobre que seu pai, um empresário poderoso, não quer que eles fiquem juntos e por isso o manda para um colégio interno em um país europeu.

É de cortar o coração, não é? Agora imaginem uma cena SUPER comovente:
Os dois apaixonados se despedindo, lágrimas rolando, beijos angustiados, Paulo prometendo que nunca vai esquecê-la e que vai fazer de tudo para que fiquem juntos novamente... Nesse meio-tempo a família de Gabriela se separa de vez e a garota tem que escolher entre seu pai e sua mãe...

Gente, quase chorei só ao escrever! haha
A essência de manipular (de uma forma super legal =D) os sentimentos dos leitores está relacionada a forma como você brinca com as palavras e utiliza métodos que sem dúvida alguma angustiam a maioria.

O post já ficou longo demais, por isso paro por aqui. Apenas acrescento mais uma dica a lista: saiba utilizar separações e mortes na sua história. Às vezes são necessárias e dão "um quê" a mais ao enredo. Não é fácil matar personagens ou fazer com que o casal - ou família e amigos - se separem e sofram. No entanto, é necessário para deixar o livro mais interessante e emocionante. Todavia, não exagerem! Quando o casal demora muito - e começa a ficar irritante - para ficar junto a história passa de interessante para insuportável. O mesmo com mortes: não precisam dar uma J.K. Rowling ou George R. R. Martin, certo? (não preciso mencionar o quanto eles ganham $$ né... talvez você deva matar mais um personagem sim *-* hahaha)

Espero que tenha ajudado, prodígios! Aguardem mais posts sobre como manipular os diferentes tipos de sentimentos =)

Tem alguma dica para me dar? Comente que ficarei super feliz em lê-la e respondê-la.

Abraços,
L. L. Alves

23 comentários:

  1. Hoje eu estava pensando em um artigo que escreverei em breve no qual eu trato da relação entre a frase e a emoção. Eu gosto de brincar com as frases de efeito, muito, é meu estilo, mas eu não gosto de passar uma emoção clara e cristalina, gosto de confundir um pouco o leitor e, também, de mudar muito os meus personagens durante a história, porque somos assim, bandidos um dia, mocinhos no outro...

    Um beijo

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    1. Hmm, legal, Flavio. Vou querer ler o artigo ^^
      Sim, eu também adoro brincar com as frases, mas prefiro ser mais direta.
      Aah isso é verdade! É legal trabalhar a personalidade de cada personagem e mostrar que podemos ser muitas coisas ao mesmo tempo ;D

      Beijos

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  2. Acho que você baseou esse primeiro item naquela conversa do msn que todo mundo disse que não chorava kkkkk

    Eu também respondi familia! Na verdade, sempre que quase chorei foi nas cenas que acontecia algo com a familia do personagem, e no caso do livro Marley e Eu, quando o cachorro morre.

    Adorei suas dicas Lu, é muito triste quando uma personagem morre, mas na maioria das vezes isso que torna o livro legal.

    Um dia eu li uma revista de RPG, que falava para o narrador (caso não saiba, rpg é um jogo em que você vai contando a historia e a pessoa vai "jogando" ela, e quem conta é chamado de narrador mesmo), bom, a revista falava para o narrador matar o personagem preferido dele, quando todo mundo menos esperava. De acordo com a revista, é triste, ate mesmo para o narrador, mas se ele gosta do personagem, os outros também devem gostar! Ai é que as pessoas choram mesmo. Quando uma historia faz a gente chorar (ou quase) pode ter certeza que ela é boa! hahahahah

    Gostei das dicas!²

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    1. Já tinha pensado nisso antes da nossa conversa, Marina, mas confesso que tive que fazer umas modificações depois! Porque, SÉRIO, eu achei que todo mundo chorava ao ler livros O_O
      Mas acho que eu sou sempre a mais emotiva hehe

      Siiim, é bem complicado. O escritor tem que saber usar a morte de acordo com seu objetivo. Matar só por matar não dá ^_^

      Conhece rpg, minha irmã e seus amigos sempre jogam :D
      Hmmm, que interessante! Também acho! Acredito que saber mexer com os sentimentos dos leitores é algo primordial. Beeijos!

      Obrigada *__*

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  3. Ahh Luene! Eu esqueci de perguntar uma coisa.. vi lá na pagina do IJP que você gosta quando avisa que tem post novo, bom, a maioria dos blogueiros que conheço não gostam disso, mas já que é mais facil para você, vou passar a avisar, assim você não me visita a toa kkkkk

    Já adianto: tem um post novo lá *-*

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    1. Siim, gosto sim porque fica mais fácil de fazer uma visita e comentar! É muito blog, Marina @_@ Eu vou ficar maluca um dia hahaha

      Claaaaaro, pode avisar sim! :D
      Ainda está meio complicado eu comentar nos blogs, mas semana que vem entro de férias (finalmente!!!) e dai passo lá viu!

      Beijos

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  4. Lu, que incrível. Amei o post *-*
    Dependendo do livro eu choro sim e muito. Eu também me coloco no lugar dos personagens, mas só quando a história me leva a isso. Tem história que te envolvem tanto que é impossível você não viver o livro.
    Eu adoro as reviravoltas e amo mais ainda quando o final é trágico (Acho que é por isso que gosto tanto de Shakespeare haha)
    Tipo, essa histórinha. (Eu fazendo o final) Depois de muito sofrimento o Pai de Paulo compreende que seu filho realmente ama a Gabriela e deixa que eles fiquem juntos. Paulo pega o primeiro avião de volta para casa. Gabriela está ansiosissima o esperando no aeroporto, mas o avião dele cai, todos os passageiros morrem e o livro termina com Gabriela olhando pela janela no aeroporto esperando o avião que nunca vai chegar. Fim! hahaha
    Sim, eu sou má. Se a intenção é fazer chorar... hahaha
    Eu nunca fui muito fã de finais felizes, gosto das histórias que fogem do óbvio. Mas, até que ultimamente eu ando mais receptiva a finais felizes hahaha
    Lu, vamos escrever a história de Paulo e Gabriela “Amor que nunca chega“ hahaha
    Parei com a loucura rs
    Beijos!

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    1. Concordo com tudo que você disse, Kezia, só não concordo com a parte sobre os finais trágicos. Gente, não há nada que me deixe tão triste e desamparada quanto finais tristes... Não gosto :(

      QUE TRISTEEEE, GURIAAA T_T
      Acho que eu secaria de tanto chorar com um final assim hahahaha

      Poxa, curti hein!! 'bora fazer? *_*
      Você fica responsável pelo final trágico... Só de pensar já sinto vontade de chorar haha

      Beijos

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  5. AAH! Devo agradecer você muita a este post. Pois estou prestes a começar meu livro este mês e preciso de muitas dicas, isto é, ficar ligadíssima as suas séries de posts. OBG OBG OBG! Continue...

    http://coffeinlondonuk.blogspot.com.br/ XX

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    1. Que bom, Évelin!! :D
      Ok, então fique ligada! Já escrevi outros posts sobre o assunto, depois dê uma olhada pelo blog :D

      Vou continuar sim, flor. Beijos!

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  6. Se esse post tivesse vindo há uns 11 meses, provavelmente já teria lançado meu livro no calor da emoção - até perceber que a estória não era muito desenvolvida e que eu estava apenas na empolgação LOL
    Mas enfim, acredito que não seja tão necessário assim matar os personagens - à não ser que seja uma acontecimento chave na trama e deixe os leitores com a cara no chão XD Apesar disso, gostei bastante das suas dicas!

    Beijos!
    http://labsandtags.blogspot.com.br/

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    1. Hmmm, interessante saber, Clara!
      É o que eu acho também! Matar por matar é desnecessário. O importante é saber usar a morte e saber se ela é interessante para o enredo XD

      Obrigada!

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  7. Bom, eu acho que consigo manipular o sentimento dos meus leitores (consigo??). Desde sempre observo o comportamento das pessoas. Com o que elas parecem se importar, o que elas querem ouvir, e o que não querem (era assim que eu conseguia notas altas na escola. Não é dar a resposta certa. Mais que isso, é escrever o que o professor quer ouvir/ler) e o que as emociona.
    Claro que eu tenho meus momentos "vou escrever assim porque eu quero e a estória é minha".. hihi... mas seja lá como esteja acontecendo, tenho tido sucesso em prender alguns leitores ás minhas estórias. ^^
    Eu sou a única leitora mais difícil de prender. Há muitos anos aprendi a controlar minhas emoções para não ser enganada nem levada na conversa. Não exteriorizo quase nada do que sinto, nem choro. A única emoção que eu não controlo é a raiva. Mas um dia serei uma super-soldado!! XD

    Gostei das suas dicas!
    São sempre muito valiosas!
    Continuarei acompanhando!!

    Beijussss;

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    1. Você tem todaaaaaaa a razão, Helaina! Principalmente na faculdade né? Não escreva sobre o que quer, mas sobre o que seus professores querem ouvir =)
      Agradar os leitores é praticamente a mesma coisa.

      Aaah você é boa sim! Adorei seus contos. Conseguiu mexer com meus sentimentos pra valer!

      Por quê?! Sério? Acho maravilhoso me emocionar e ter as emoções a flor da pele. Às vezes não faz bem, mas é algo que me caracteriza tanto, sabe? Eu não seria eu mesma se não chorasse por qualquer coisa ^^

      Obrigada!!! Beijos

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    2. Sim! Faço isso desde criança! Acho que devo a essa característica minhas boas notas! :)
      E é um dos motivos que fez nascer em mim a vontade de ser escritora. Modéstia à parte, sempre fui boa em escrever o que os outros querem ouvir. O engraçado é que nas provas, nem sempre era a minha opinião pessoal, já nos contos, consigo fazer com que as pessoas queiram ler o que eu escrevi... muito estranho isso... rsrs... É o "truque" de prender a pessoa nos primeiros parágrafos..rsrs...

      Awnnn... obrigada! :D

      Eu não gosto muito não... sou mais reservada. Quase um mistério a ser desvendado..hahahaha....

      De nada!
      Beijussss;

      P.S.: Tem post novo lá!!
      É o conto: A Pequena Vendedora de Fósforos e um vídeo de animação sobre a estória.

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    3. hahahahahaah Você vai ser uma escritora incrível então hein! ;-)
      Prender o leitor é essencial!

      Mistérios são legais *_* hehehe

      Beijos (já li o conto e adorei!)

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  8. Olá que ideia super legal Luene é maneiro falar de emoções, eu não choro muito nunca chorei lendo e assistindo só foi duas vezes uma em um seriado e outra em um filme, também acho que nos emocionamos quando nos identificamos com o personagem

    Ah você pode falar sobre o sentimento de alegria que sentimos lendo alguns livros ou raiva de algum personagem hehe

    bjos

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    1. Hmmmm, sério? Caramba! Estou começando a achar que só eu choro ao ler livros! haha

      Siiiim, falarei sim, Taty! Assim que entrar em férias. Obrigada pela dica ;D

      Beijos

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  9. OMG então se vc ler o primeiro capítulo do meu livro vc nao vai conseguir respirar de tanto choro, aliás o livro todo... Adorei a matéria *--* e eu adoro matar e sumir com personagens, mas é claro tudo tem um motivo pra isso... E meus amigos reclamam que todos os romances do meu livro são trágicos, fazer o que né? Construir uma trama de forte teor de emoções dá nisso XD

    www.umomt.com

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    1. Sério?!? Agora fiquei curiosa! Conseguir me fazer chorar não é difícil não, hein! Mas me identificar com os personagens é mais complicado... Quero ler seu livro!!

      Obrigada *____*
      Exatoooo. Motivos são super importantes! Hmmm, que bacana! Beijos

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  10. Ah e eu sofro muito quando escrevo as emoções dos personagens, entrei na mesma depressão da protagonista.. xP

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    1. Aaaaaaaah eu também, não se preocupe! No final do quarto livro da saga então... Quase entrei em depressão =(
      Muitas emoções! haha

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