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sábado, 6 de outubro de 2012

Desabafo: best-seller ou clássico?

Boa tarde, prodígios! Enquanto estou com o tornozelo machucado (tive a esperteza de torcê-lo quando voltava para casa na quinta-feira), andei pensando sobre os dilemas dos escritores. Em primeiro lugar, não entendo porque precisamos classificar tudo que vemos, lemos ou compreendemos. "Aquele é o nerd", "Aquela é a patricinha.", "Ele é culto", "Ela não é inteligente", e por ai vai...

Sério. Por quê? Estou longe de criar um post sobre psicologia e muito menos sei a resposta de todas minhas dúvidas, mas todas elas também vão de encontro com uma das mais difíceis para um escritor:

Best-seller ou clássico?

Esses dias pensei no assunto e não consegui decidir. "Tem alguma diferença entre eles, por acaso?!", vocês se perguntam. E eu digo: "Na verdade, não sei.". Mas vamos relembrar aquilo que aprendemos na escola e na vida (estereótipos, é claro).
Best-seller seria aquele livro que vende muito e traz sucesso e glória para o escritor. Em contrapartida, não é considerado uma obra "boa o suficiente" para cair em vestibulares ou ser lida nos cursos de Letras.
Clássico é aquele livro que não vendeu nada, que muitas vezes o escritor morreu sem saber o "quão bom" ele era. Esse sim é estudado por todos, seja na faculdade, nos livros de apoio ou por estudiosos de todas as áreas.


Como vocês devem saber, eu sou estudante de Letras - Inglês e estudo Literatura o curso inteiro. Algumas vezes dei de encontro com livros chatos - sim, horrivelmente chatos - cansativos e que, ao fim da leitura, me perguntei: "E DAI?". Muitas vezes, todavia, me deparei com livros incríveis, difíceis de se ler, é claro, mas que realmente me chamaram a atenção.

Agora eu me pergunto: qual diferença desses livros para os livros que lemos no dia a dia; os livros de aventura, amor, amizade e lutas? Porque, SÉRIO, ainda não entendo. Há livros como Coração de Tinta, escrito por Cornelia Funke, que deveriam ser lido por todos e não são! É um novo estilo de escrita, completamente cativante e que caracteriza muitos personagens.

Mas isso não vem ao caso... A questão é que muitas vezes me pergunto: vale a pena ser um best-seller ou um clássico? O que é melhor? O que é melhor para meus leitores? O que vão pensar de mim?
Não sei se isso acontece apenas comigo (vai ver é só paranoia da minha cabeça), mas essa questão ainda me tira o sono. Porque, por um lado, eu quero vender - que escritor não quer?! Eu quero ser reconhecida pelas pessoas. Quero que os leitores leiam meus livros e me comparem com outros autores consagrados. E, principalmente, quero que eu seja reconhecida como Escritora. Assim mesmo, com letra maiúscula: Escritora.
E, por outro lado, não quero que digam que eu "apenas vendo livros". Não quero ser comparada a outros escritores e escritoras que escrevem arduamente, mas todos os críticos caem em cima, falando as coisas mais absurdas, só porque "é famoso".
Ao mesmo tempo, no entanto, queria que meus livros fossem considerados dignos de leitura. Que as pessoas lessem buscando ideais, significados, e que fizessem parte de teses de doutorados e mestrados! Que os professores mais letrados indicassem a leitura, porque mesmo que por apenas um detalhe, ele fosse considerado revolucionário.

É pedir demais, eu sei! É querer quebrar todas as barreiras. Ainda estou no comecinho, lutando com minha própria escrita, chorando com as decepções e sorrindo com os ganhos. No entanto, não deixo de pensar nisso e no que futuramente irei representar para todos meus leitores.

Acho que, no fim, o que importa é escrever. Escrever com o coração e com o dom que fui abençoada e corro atrás para lapidar cada dia mais; a cada palavra e frase escrita.
Como disse, não escrevi esse post no intuito de responder qualquer pergunta. Na verdade era apenas para desabafar essas questões que  tomam contam do meu ser escritor.

Espero que, mesmo que meus livros não sejam considerados nem best-sellers nem clássicos, eu tenha leitores que consigam extrair de todo meu trabalho duro o que pretendi. Afinal, é isso que importa né? Emocionar, irritar, fazer sorrir, fazer chorar...

Se for assim, meu trabalho está feito. Tenho os melhores leitores (e futuros leitores) da galáxia.

Abraços,
L. L. Alves

27 comentários:

  1. Você definiu tudo muito bem quando disse: "Acho que, no fim, o que importa é escrever. Escrever com o coração e com o dom que fui abençoada e corro atrás para lapidar cada dia mais; a cada palavra e frase escrita."
    É isso que importa!

    Engraçado. Apesar de todas as minhas nóias essa nunca foi uma delas. Nunca parei pra pensar.

    Talvez por ter me formado em Biologia, não em Letras, nunca pensei sobre isso.
    Minha imaginação é muito mais louca em relação à isso. Sempre me imagino na cerimônia do Oscar onde um dos meus livros, que virou um filme de muito sucesso, recebe o prêmio! Já até ensaiei o discurso algumas vezes... hahahahahaha... sou muito louca! XD Ainda bem que sonhar é de graça!

    Não se preocupe com isso não! Continue escrevendo com o coração que no final dá certo!

    Acho que mesmo que meu sonho seja me tornar escritora de profissão e viver apenas vendendo livros, tentarei jamais escrever uma linha que vá contra meus princípios apenas para vender mais livros.

    Beijussss;

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    1. Poxa, que lindo, Helaina T.T
      Quase chorei aqui! haha

      Não, você não é maluca! Eu também já me imaginei nessas situações! hahaha Acho que faz parte da nossa construção como pessoa. E é muito melhor sonhar e acreditar nos seus sonhos do que não sonhar nada! É bem o que vc disse: "sonhar é de graça"!

      Obrigada pelo apoio de sempre, flor! Adorei muuuuito seu comentário!!!! Muito mesmo *-*

      Ok. Farei isso! Beijos, sua fofa

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  2. Eu normalmente escrevo aquilo que eu escrevo... rs
    O clássico é um livro que depois de certo tempo passa a ser adotado como exemplo, a ser estudado e indicado como livro a ser lido. O best-seller é o livro que vendeu mais de dez mil cópias, independente da qualidade.

    Eu, quando escrevo, tenho apenas um pensamento: tornar cada frase a melhor possível (no meu ponto de vista), porque o que eu escrevo tem de me agradar antes dos outros... rs

    Um clássico pode ser best-seller, vários já foram, e um best-seller atual, um dia, pode ser considerado um clássico.

    A grande questão é que os mais jovens acabam virando as costas para os livros imputados como clássicos e o mais velhos, aos mais vendidos. Tudo isso é uma grande bobagem. E nem adianta dizer que o YA como Harry Potter não chegará a ser um clássico porque "O Pequeno Príncipe" é. Basta ler. Clássico é o livro que cada umm gostar mais.

    :D

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    1. Poxa, é isso mesmo, Flávio! Às vezes essas ideias se proliferam na minha cabeça, mas vou tentar parar de pensar nesses rótulos que todos insistem em colocar nas coisas. O importante é escrever sobre o que se gosta e estar satisfeito com seu trabalho, como você disse, e dar o máximo de si para que os leitores também gostem.

      Adorei o "Clássico é o livro que cada um gosta mais"!!!

      Mas, vamos ser bem sinceros: às vezes não temos a impressão que ser 'clássico' é melhor do que ser 'best-seller'? Por isso essas minhas dúvidas.

      Bom, adorei seu comentário! ;D
      Beijos

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  3. eu adorei muito a sua postagem
    pra mim o que for ta bom
    eu gosto dasduas opções apesar de cada um ter seu ponto negativo algumas vezes. claro dependendo da situaçao.

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  4. Obrigada, Alice! Claro! Beijoos! ^^

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  5. oi amoor!
    Muito obrigada por me seguir de volta no meu blog!!!
    Pode me ajudar curtindo essa foto no face??
    http://www.facebook.com/photo.php?fbid=427417553972282&set=a.234108549969851.53585.100001121234175&type=1&theater

    Beijoooos <3
    @_AliceDias

    http://bringit-up.blogspot.com.br

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  6. Oi Lu, adorei a postagem. Ainda não tinha lido nada sobre isso,pelo menos não dessa forma. Eu acompanho alguns Best Sellers e amos clássicos como os de Victor Hugo. Realmente deviria avaliar melhor isso.
    Bjs
    MauMau
    http://www.sonhosresenhas.blogspot.com.br/2012/10/resenha-de-delenda.html

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  7. Dear Luene!

    Lembre-se de que o mundo do mestrado e doutorado é composto pela minoria do país. Só essa informação é suficiente para muita, mas muita divagação mesmo. Então, já não bastam todas suas dúvidas, vou acrescentar mais uma pergunta. O que te deixaria feliz: ser aclamada por meia dúzia que passaria anos estudando o que você quis dizer ou ser "lida" por multidões? Meu intuito com essa pergunta não é diminuir o papel da pesquisa (como doutoranda não faria isso!), nem rotular situações com extremismos, e muito menos fazê-la escolher. Apenas quero dizer que é impossível agradar a todos ao mesmo tempo. Somos seres humanos e passamos por fases diferentes e por experiências diversas no decorrer da vida. Nossos gostos e necessidades, portanto, são outros em cada um desses momentos. E posso dizer que o livro certo ( seja best-seller ou clássico) chegou às minhas mãos no momento certo e aprendi muito com cada um deles. Então, fique tranquila, dear! Alguém já está esperando pelos seus livros e eles serão importante na vida de alguém. Pense... mudar ou ajudar a vida de um ser humano já é uma missão de vida, né?

    Sucesso, minha querida!

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    1. Oh, Katia! Sempre sabe o que dizer né? *-*
      Amei demais seu comentário e pensarei com carinho em tudo que você disse.
      Logo logo essas ideias bobas saem da minha cabeça! =D

      E você tem TODA a razão: é impossível agradar a todos!

      Beijos enormes!

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  8. Eu sempre penso: afinal, porque escrever um livro? O que esse livro mudaria nas pessoas? A verdade é que na maioria das vezes eu não encontro a resposta, mas também não ligo muito. Existem livros que não passam mensagem nenhuma, que não vão servir para questões de vestibular, ou tese para doutorado (?), não vão chegar a ser um clássico, ou um best-seller, mas quando você lê, percebe que ele é especial, e que mesmo sendo apenas uma história, mexe com a gente de um modo que nenhum clássico conseguiria. O que importa, como você disse, é se divertir com o livro :D

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    1. Own, obrigada, Marina *-*
      Amei seu comentário, over 9.000!

      Beijão

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  9. Luene,
    particularmente acredito que só o fato de você se expor, escrever este blog e ir em busca do teu sonho de publicar já é um grande passo! As conquistas certamente virão!
    Além disso, colocar-se diante do mundo e em teu próprio livro, tentar fazer a diferença, com certeza ajuda muitas pessoas a se inspirarem a fazer o mesmo.
    Parabéns pelo trabalho!Continue com muita determinação e fé!

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    1. Obrigada pelas belas palavras, Marcia! Seu apoio é muito importante pra mim! Vou continuar sim, com muita determinação e fé!
      Beijos!!

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  10. Lu adorei o post! Nunca tinha parado para pensar nisso. Mas, como você disse o importante é escrever, e escrever bem. Acho que o importante é a mensagem que você vai passar para os seus leitores, como vai mudar a vida deles nem que seja de uma minoria (que eu espero que não seja, você merece muito mais).
    Beijinhos Lu!

    Camila.
    loucuradelivros.blogspot.com.br

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    1. Obrigada, Camila! :DD
      Aaah que fofa! Valeu mesmo por parar e ler essas bobagens que escrevo hehe

      Beijos!

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  11. Olá eu leio de tudo e não costumo classificar os livros nesses termos só divido eles pelo gênero

    bjos

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    1. Hmmm, entendi. Eu também normalmente não classifico, mas na hora de escrever é outra história... Vou tentar parar de pensar assim xD

      Beijos

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  12. Lu, a cada post seu tenho mais vontade de ler a Instituição para Jovens Prodígios! Ainda não sabemos se ela será um best-seller ou um clássico, mas, de qualquer forma, encantará a muitos leitores!
    Beijos.

    P.S.: Me desculpe por não estar respondendo as perguntas da brincadeira. É que estou meio sem tempo esses dias, rs.

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    1. Poxa, fico SUPER feliz em ouvir isso, Letícia! Amei, amei demais mesmo! Obrigada pela confiança.

      Ah, e não se preocupe quanto a isso! O importante é se divertir e variar um pouco os posts. Não vou ficar chateada DE FORMA alguma se não participar ^^
      Todos temos muitas responsabilidades.

      Beijos!

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  13. Oi Lu
    Primeira vez no blog e gostei muito, estou seguindo! Já ouvi várias discussões sobre o que é literatura de qualidade (os clássicos) e o que vende, mas não tem tanta qualidade (best-seller). A minha pergunta é: quem decide o que é bom e o que não é? Em minha opinião, isso é uma decisão individual de cada leitor.
    Sou muito eclética na hora de escolher um livro, e procuro me livrar de preconceitos durante a leitura.
    O que considero bom, para outra pessoa pode ser considerado ruim.
    Portanto na hora de escrever, faça o que sugeriu no texto. Escreva de coração o que tem vontade. Realmente é impossível agradar a todos, mas tenho certeza que muitos irão gostar. Adorei a postagem!

    beijos Fabi

    www.fabianacardosoescritora.blogspot.com.br

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    1. Obrigada pela visita, Fabi!! Fico feliz que tenha gostado :D

      Adorei seu comentário e concordo com você! 'Quem é que decide' é a pergunta mais importante mesmo.

      Poxa, obrigada! Farei sim! Beijos

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  14. Oi Lu :)

    Amei o post!

    Pensando bem, eu nuca tinha parado pra analisar as coisas por esse ângulo.

    Mas acho que o mais importante, independente de ser clássica ou best-seller, é que o seu trabalho seja bem aproveitado. Que os leitores saibam a obra prima que tem em mãos e absorva de verdade tudo que você pretendia passar quando escreveu.

    E fique sabendo você que eu já sou uma das suas leitoras da galáxia.

    Beijos

    Gabyh - Vida de Bookaholic

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    1. Obrigada, Gabyh! *-*

      Nós escritores acabamos pensando nisso, uma hora ou outra haha

      Hmmm. Entendi. É isso mesmo! É isso que espero quando escrevo o livro com carinho e esmero!

      Ebaaa! Já estou feliz então *-*

      Beijos

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